quarta-feira, 31 de março de 2010

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E uma das imagens mais perversas que já tive o prazer de vislumbrar é esta: o filho inocente se inocula ( uma vez que era inocente desde o Princípio, concebido aliás, segundo a fantasia místico-lisérgica de João, muito antes da própria Criação do Mundo) o vírus do pecado para redimir os pecadores ( bem, palavras minhas)... o consentimento do Cordeiro inocente em primeiro tornar-se maldição para nós... Sublime. Nem Sade, Bataille, Lautréaumont ou Oliviero Toscano foram tão imunda e gloriosamente longe.











ps: Da necessidade do “pecado ser pago na carne” é o que de mais lógico se depreende desta equação tanatológica: se o preço a pagar pelo pecado original é a finitude ( a extinção do corpo, da vida), é claro que o creditor exige a paga na mesma moeda do devedor, não? Na carne.













ps 2: Não há redenção possível sem passar pela morte,. É claro que o princípio de tudo é a Ressurreição, a Parousia etc, senão cairíamos numa imanência chula. Mas a passagem pela morte é a ponte da salvação; aliás, é o único caminho. A pia batismal paulina, encontrada em escavações, é um poço ( indivíduo), e não uma piscina, como para os essênios ( comunidade); mas este poço é a imagem simbólica do túmulo de Cristo.



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