sábado, 3 de abril de 2010

http://en.wikipedia.org/wiki/Barabbas

A rigor, todo judeu à época ( e católicos depois) se chamava ( e julgava) bar-Abbas, Filho do Pai. A hipótese mais verossímel para mim consiste em que o julgamento entre os dois Messias - pois Barrabas, sicário ou não, se enquadraria muito mais nas concepções judaicas da época de um Messias, um libertador que instaura uma nova ordem histórica, uma espécie de "redentorismo imanentista", se é que isso existe- foi uma invenção, um leitmotif para o anti-semitismo que foi a grande ferida narcísica da história da Igreja Romana, e que, portanto, Jesus e Barrabás eram um só mesmo. Mas o esencial a reter é a fascinante turbulência de um período que acolheu salvadores, milagreiros, tetrarcas sedentos de Poder, aspirações escatológicas, pedagogias gnósticas, seitas, etc Um verdadeiro Jacobean-revenge drama, mas em versão muralista: épocas e mundos , deuses e heróis confundidos, contundidos, contemporâneos de um único mundo, uma exuberantemente rica época, o judaísmo intertestamentário.

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